sábado, 8 de novembro de 2014

Drogas x Saude Cigarro

   

Qual a ação do fumo no organismo ?




Os atos físicos da ação do fumar tem um efeito farmacológico a tal ponto que muitas pessoas se sentem confortáveis em situações de tensão quando executam ações tais como acender o fósforo, manusear o cigarro etc. Apesar das pessoas terem consciência de que o fumo faz mal à saúde, ele é tolerado pela sociedade uma vez que não provoca alterações mentais no fumante.


Sete segundos após a tragada, a nicotina, através da circulação sanguínea, chega ao cérebro, entrando em contado com as células nervosas, que irão atuar permitindo o seu reconhecimento. A partir daí, outras substâncias são liberadas transferindo o impulso nervoso de uma célula a outra. E delas para o sistema que controla a atividade de glândulas de secreção interna.


A nicotina em altas concentrações favorece a atuação do sistema parassimpático, bloqueando o simpático, dando a sensação ao fumante de bem-estar. Seu uso contínuo fará com que o indivíduo habitue-se a esse bem-estar, entrando em desconforto quando as cargas regulares de nicotina são suspensas. A pessoa pode então ficar irritada, ansiosa, com insônia e pode até vomitar. Em casos mais graves a reação se caracteriza como crise de abstinência. O fumante deseja manter a concentração habitual de nicotina no sangue, capaz de garantir sensações consideradas por ele como agradáveis, mas essa é uma situação transitória, pois a nicotina se decompõe no organismo, em média, entre 20 e 30 minutos, quando o fumante sente a vontade de acender outro cigarro.


A nicotina pode estimular os neurônios pós-ganglionares, do mesmo modo que a acetilcolina, pois as membranas neuronais possuem receptores colinérgicos-nicotínicos, mas ela não estimula diretamente os órgãos efetuadores autonômicos.


A nicotina, quando em níveis baixos no organismo, estimula o SNA simpático, causando sensação de força e euforia no indivíduo. Já em níveis altos, a nicotina bloqueia mais o SNA simpático do que o Parassimpático, o que vai resultar em sensação agradável.


Assim, quando o indivíduo começa com o hábito de fumar, ele é submetido a situações de estresse que irão estimular a ação do simpático, causando sensações desagradáveis.


Ele irá então ter uma tendência de fumar mais, já que a nicotina inibirá a ação do simpático proporcionando sensações agradáveis.


Inicialmente, o indivíduo utiliza o cigarro como um excitante artificial. Porém, chega em um ponto, com altas doses de nicotina num indivíduo estressado, que o cigarro terá um papel de calmante artificial.


Os malefícios do cigarro


Um fumante em média vive dez anos a menos que um não-fumante pois o cigarro causa danos imediatos, prejudica a saúde e quanto mais cedo começar a fumar, por exemplo, na adolescência com o cérebro ainda imaturo, a probabilidade de ocorrerem atrasos no desenvolvimento é enorme, ou seja, quanto mais cedo o tabagismo for abandonado, maior o ganho de saúde.


Alguns dos danos são: redução do fluxo de sangue, do colesterol bom (HDL), da liberação de oxigênio para os tecido. Aumento da acidez do estômago e da produção de radicais livres que lesam as células. Aceleração da arteriosclerose. Irritação e inflamação de olhos, garganta e vias aéreas.


Além de que, aumenta a pressão arterial; a frequência cardíaca; o risco de doenças das coronárias, como angina do peito e infarto do miocárdio; em três vezes o risco de morte por infarto em homens com menos de 55 anos; em dez vezes o risco de tromboembólica venosa e infarto em mulheres que tomam anticoncepcionais; o risco de má circulação nas pernas; o risco de impotência sexual.


Um fumante tende a ter câncer pois o cigarro contém mais de 40 substâncias cancerígenas que aumentam o risco de câncer:


· de boca, faringe, laringe e traqueia;


· de pulmões – risco dez a vinte vezes maior do que o do não-fumante;


· de esôfago, estômago, rins, bexiga e colo de útero, entre outros.


Tende a ter também problemas respiratórios e problemas na pele.


Nas mulheres, aumenta o risco de osteoporose, especialmente após a menopausa. Aumenta o risco de infertilidade, aumenta em 39% as chances de desenvolver doenças coronarianas e 22% o risco de acidentes vasculares cerebrais quando associado ao uso de contraceptivos orais.


E nas gestantes, aumenta em cerca de duas vezes a chance de abortar, de ter filho prematuro ou com baixo peso e de perder o bebê no período neonatal.



O desempenho da indústria do cigarro e da mídia



O governo enviou para a Câmara dos Deputados um projeto de lei para proibir a propaganda de cigarro que diz o seguinte:


1) A única propaganda permitida será a de cartazes exibidos em ambientes internos; bares e boates, por exemplo. Todas as demais ficam proibidas, inclusive patrocínio de eventos culturais e esportivos;


2) O dono de estabelecimento flagrado ao vender cigarro para menor de 18 anos será condenado à pena de prestação de serviços à comunidade por um período de seis meses a três anos;


3) Multa de R$ 50 mil a R$ 100 mil para os fabricantes, extensiva às agências de publicidade e empresas de rádio e de televisão que infringirem a lei;


4) As emissoras de rádio e de televisão que insistirem em veicular propaganda de cigarro terão sua programação suspensa por até 30 dias.



Quem pode ser contra uma lei como essa? Não torna o cigarro ilegal, não aumenta os impostos, não obriga a indústria a arcar com os gastos de saúde das vítimas do fumo (como estão fazendo os americanos), não pune as agências por propaganda enganosa, apenas proíbe a publicidade. A lei só impede que as imagens de homens de sucesso, garotas livres e esportes radicais (como era antigamente) sirvam para criar nas crianças a vontade de fumar e, ingenuamente, cair nas garras da dependência química mais escravizante de todas as que existem.


Apesar da brandura da lei, o lobby comandado pela indústria do tabaco e alguns setores da publicidade sempre reagiram ferozmente contra qualquer iniciativa desse tipo.


Dessa forma, conseguiram até hoje manter no ar anúncios há muito banidos de outros países e à custa deles arrebatar legiões de novos dependentes entre a população mais indefesa: 90% dos fumantes começam a fumar antes dos 21 anos.


Diversas pesquisas mostram que, nos últimos quinze anos, a idade em que meninas e meninos começam a fumar está cada vez mais baixa. Atenta ao mercado, a indústria do fumo dirige a publicidade para a infância e a puberdade.


O argumento empregado pela indústria para justificar a oposição às leis que pretendem proibir a publicidade do cigarro tem sido tradicionalmente o de que muitos trabalhadores vivem da lavoura, do preparo industrial e da comercialização do fumo, e que uma queda de consumo provocaria desemprego.


Os fabricantes de cigarro ganharam fortunas impunemente até hoje. Mesmo que a publicidade seja proibida imediatamente, o efeito da proibição levará anos para se fazer sentir, porque ainda restarão dezenas de milhões de fumantes escravizados comprando um maço por dia pelo resto de suas existências.


Além disso, as companhias terão tempo suficiente para investir em outros ramos de atividade os milhões de dólares que antes destinavam à propaganda, e assim absorver a mão-de-obra que porventura venha a ficar sem trabalho.


Não é sensato deixarmos que os beneficiários desse comércio tão lucrativo convençam as crianças a se tornarem dependentes, para depois tentarmos fazê-las entender que precisam largar de fumar porque o cigarro faz mal. Em sã consciência, ninguém empregaria essa estratégia com os próprios filhos no caso do crack ou da heroína.


Proibir a propaganda do fumo está acima de partidos políticos, de interesses de grupos ou de ideologias. A Câmara, o Senado e a sociedade têm uma grande responsabilidade.



É fundamental que a imprensa divulgue os nomes dos políticos e dos lobistas empenhados em rejeitar o projeto que proíbe a propaganda de cigarro. Estamos diante de uma oportunidade sem precedentes para atacar com seriedade o problema do fumo no Brasil.


Tratamento da dependência da nicotina


Tipos de tratamento

Independente do tipo de tratamento, seu objetivo é fazer o individuo mudar, no sentido de parar de fumar. Por isso podemos dizer que existem métodos diretos e indiretos de parar de fumar.


Métodos indiretos
São aqueles que influenciam o fumante a abandonar o cigarro sem que haja um contato direto com ele. Se trata do tratamento clínico, individual, para a saúde pública. Temos como exemplo a realização de campanhas educacionais anti-fumo; elaboração de normas sociais como a proibição do fumo em restaurantes, teatros e cinemas; e a aplicação de altos impostos sobre o cigarro. Esse tratamento tem referencia a comunidade, pois há um custo menor.


Métodos diretos
Apesar de mais custosos, têm também grande impacto em saúde pública, proporcionando redução na prevalência de fumantes. A maioria dos fumantes prefere não procurar programas de suspensão do tabagismo e parar de fumar sozinho. Por isso, esses programas são usados alem de suas possibilidades, por poucos daqueles indivíduos que não conseguiram parar por si mesmos.


Alguns métodos para derrubar o vicio

Medicamentos, Cigarro eletrônico, Chicletes de nicotina, Pastilhas de nicotina, Adesivos de nicotina, Spray nasal de nicotina, Bupropiona, Parada abrupta e Parada gradual.




Algumas instituições anti-fumo:


· UMA-SUS (universidade aberta do sus);


· AA( alcoólicos anônimos);


· NA (Narcóticos Anônimos);


· Nar-Anon (Grupo para familiares de Dependentes Químicos).


Retrospectiva do cerco contra o fumo.


O cigarro é a droga mais popular do século XX.. No auge da sociedade, era símbolo de riqueza, poder e beleza. Associando o cigarro à moda, à alta-costura parisiense, à própria psicanálise – "sublimação do erotismo oral" e ajudou a inseri-lo nas telas do cinema, onde ficava magistral entre os dedos de Humphrey Bogart ou os lábios de Rita Hayworth.No cinema, servia para sublinhar qualquer emoção: autoconfiança, ansiedade, expectativa, surpresa. Na vida real, era um fenômeno cultural que rompia a barreira entre os sexos. Representava, a um só tempo, símbolo de masculinidade em homens e de sensualidade nas mulheres.Incrivelmente, valia para tudo e para todos. No ocaso, virou câncer, dor e morte.


Ainda em 1928, cientistas alemães divulgaram a hipótese de que o câncer de pulmão em mulheres não fumantes poderia ser causado pelo cigarro dos maridos, intuição genial numa época em que pouco se sabia sobre os males causados pelo cigarro nos próprios fumantes. O epidemiologista japonês Takeshi Hirayama, depois de acompanhar 250 000 adultos por anos a fio, identificou que o risco de mulheres de fumantes terem câncer de pulmão aumentava de 40% (quando o marido fumava até catorze cigarros por dia) a 90% (um maço ou mais).


Nos Estados Unidos, o governo divulgou as primeiras suspeitas de que o fumante passivo podia ser prejudicado. Mais tarde, na divulgação de um relatório em 1986, o governo americano trocou a suspeita pela certeza. O documento afirma que a exposição à fumaça do cigarro causa "doença e morte prematura em crianças e adultos que não fumam", diz que, apesar da crescente proibição do cigarro em lugares públicos, cerca de 60% dos americanos não fumantes ainda apresentam "evidências biológicas" de exposição à fumaça e alinha as seguintes conclusões: As crianças expostas ao cigarro correm mais risco de morrer repentinamente, ter infecções respiratórias, problemas no ouvido, asma mais severa e crescimento lento dos pulmões. Já os adultos expostos ao cigarro podem sofrer efeitos adversos imediatos no sistema cardiovascular e têm mais probabilidade de desenvolver doença cardíaca e câncer de pulmão.


No Brasil, estima-se que pouco mais de 16% da população seja fumante. É um dos mais baixos índices do mundo, o que faz do país um lugar próprio para popularizar as leis contra o fumo. Desde 1996, uma lei federal proíbe o cigarro em recintos públicos fechados, mas autoriza a criação de áreas reservadas a


fumantes e não fumantes em restaurantes. Antes da comprovação do mal que era provocado ao fumante passivo, o cigarro, mesmo causando danos à saúde do fumante, era considerado uma opção individual. Com a certeza de que faz mal aos não fumantes, passou a ser uma agressão inadmissível a vítimas inocentes e involuntárias.


Histórico de regulamentação no Brasil

1988 – obrigatoriedade da frase: “O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde” nas embalagens dos produtos derivados do tabaco


1990 - obrigatoriedade de frases de alerta em propagandas de rádio e televisão


1996 – Comerciais de produtos derivados do tabaco só podem ser veiculados entre as 21h e as 6h. Fumar em locais fechados passa a ser proibido (exceto em fumódromos)


2000- É proibida a propaganda de produtos derivados de tabaco em revistas, jornais, outdoors, televisão e rádios. Patrocínio de eventos culturais e esportivos e associar o fumo às praticas esportivas também passam a ser proibidos


2001 - Anvisa determina teores máximos para alcatrão, nicotina e monóxido de carbono. Imagens de advertência passam a ser obrigatórias em material de propaganda e embalagens de produtos fumígenos


2002 – É proibida a produção, comercialização, distribuição e propaganda de alimentos na forma de produtos derivados do tabaco


2003 – Passa a ser obrigatória o uso das frases: “Venda proibida a menores de 18 anos” e “Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina, que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo destas substâncias”


2005 - É promulgada Convenção Quadro de Controle do Tabaco. Primeiro tratado mundial de saúde pública, do qual o Brasil é signatário


2008 - Novas imagens de advertência, mais agressivas, passam a ser introduzidas nos rótulos de produtos derivados do tabaco


2010 - Anvisa publica duas consultas públicas sobre produtos derivados do tabaco: uma prevê o fim do uso de aditivos e a outra regulamenta a propaganda desses produtos, bem como, exposição nos pontos de venda e prevê nova frase de advertências nas embalagens


2011 – Lei Federal proíbe fumar em locais fechados e Anvisa proíbe o uso de aditivos em produtos derivados do tabaco


2012 - Anvisa publica resolução que restringe aditivos em cigarros.

Fumante Passivo

Estudos recentes confirmaram a existência de riscos para a saúde associados ao tabagismo passivo. O tabagismo passivo pode causar as mesmas doenças provocadas pelo tabagismo ativo.
A cotinina é uma substância que indica a intensidade de exposição ao tabagismo. Foi demonstrado que as pessoas expostas ao tabagismo passivo têm níveis elevados de cotinina no sangue. Nas crianças, os níveis de cotinina no sangue são maiores quando os pais fumam. Quando a exposição é intensa e/ou prolongada os níveis de cotinina podem ser muito elevados, a ponto de aumentar o risco de câncer de pulmão.
Os não fumantes costumam sentir-se incomodados quando expostos ao tabagismo passivo. Estas pessoas podem apresentar irritação nos olhos, dor de cabeça, dor na garganta, enjoo e dificuldade respiratória. Mesmo a exposição de curta duração pode ser prejudicial.
O tabagismo passivo é especialmente perigoso na gravidez, podendo prejudicar o crescimento do feto e aumentar o risco de complicações durante a gravidez e o parto. As crianças expostas à fumaça do cigarro têm maior risco de morte súbita, bronquite, pneumonia, asma, exacerbações da asma e infecções de ouvido. Pode também prejudicar o seu crescimento.
O tabagismo passivo no ambiente de trabalho aumenta o risco de câncer de pulmão. Este risco aumenta com o número de anos e a intensidade da exposição. A presença de um fumante no ambiente doméstico aumenta o risco de câncer de pulmão para os não fumantes. Quando a exposição é interrompida, ocorre diminuição gradual ao longo do tempo.
A exposição prolongada ao tabagismo passivo piora a função pulmonar. O tabagismo passivo também está associado a outras doenças respiratórias, sendo um importante causador de agravamento para pessoas com asma, alergias e doença pulmonar obstrutiva crônica.
A convivência com um fumante aumenta o risco de doenças cardíacas coronarianas. Aumenta também o risco de aterosclerose e diminui o colesterol bom, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Existem indícios de relação entre o tabagismo passivo e o derrame cerebral. Mesmo exposições pequenas podem ter consequências sobre a coagulação do sangue, favorecendo a ocorrência de trombose. As pessoas com doenças cardíacas podem sofrer arritmias, diante da exposição à fumaça do cigarro. O risco de infarto do miocárdio também aumenta.

Estudos recentes indicam que a exposição ao tabagismo passivo aumenta o risco de perda da visão, por degeneração da retina. O ar contaminado pela fumaça de cigarro é a terceira principal causa de morte prematura evitável, perdendo apenas para o consumo voluntário de cigarro e o alcoolismo.



 


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